o desemprego
Acabar com o ordenado mínimo é a ultima proposta da direita portuguesa na blogosfera, que como se sabe é o sítio onde se revelam os pensamentos que o pudor não permite em público. A boa intenção dizem, (e ássim popula o cínismo - é preciso sempre ter uma legitimação de boa indole para as propostas mais vorazes) é acabar com o desemprego, pois de acordo com a lógica liberal, quanto mais barata a mão de obra mais barato o produto final, mais produção e consequente exportação para os países mais "ricos" suponho já que com a diminuição do poder de compra nunca vem o aumento do consumo. Uma espécie de capitalismo chinês portanto, de trabalho intensivo, e de acordo como rol de propostas anteriores, com maior número de horas laborais, sem direito a greve ou contestação, protecção social ou outros direitos, é este o nosso patronato nos seus sonhos mais loucos. Se esta perspectiva de país miserável põe os empresários liberais com os olhos em bico, a mim deixa-me no mínimo desiludido com a matéria humana nacional. A propria perspectiva de baixar um salário mínimo que mal dá para sobreviver (deviam experimenta-lo antes de falar) e transformar o trabalho menos qualificado numa espécie de emprego voluntário e jogeteado aos interesses de uns quantos enriquecerem (como se vê bem no "desregulado" trabalho ilegal dos imigrantes) é revoltante e mexe comigo abaixo da epidérme.