dias frios e humidos, sombrios quase desertos. São dias étereos, despojados. Perfeitos, quase perfeitos.
O calor e a vida repousam nos olhares e espalhamos centelhas em trilhos que percorremos. É facil apaixonar-nos num dia assim.

caím

Saramago não gosta da igreja por causa do episódio do "envangelho segundo Jesus Cristo". A igreja não suporta que se critique a Bíblia pois tem uma espécie de direito divino de interpretação. A direita detesta Saramago por ele ser um nobel comunista com posições públicas. Os portugueses ficam um pouco entre isto e aquilo conforme a orientação e ignorância. Tanto a Bíblia como o livro ficam praticamente de fora. O paroxismo não esconde o vazio de ódios novos e antigos. Todos os ingredientes para um acontecimento algo triste, insultos e radicalizações á mistura.

Lá fora a chuva cai e arrasta as folhas que caíram das árvores, também os dias arrastarão este episódio para o esquecimento. O tempo está cinzento e tudo parece ter a mesma ínfima importância.

autarcias

As eleições tem coisas boas como más, mas acima de tudo clarificadoras pese o ambiente quase irrespirável de facciosidade. Ora cada vez me convenço mais que o o cheiro não está somente nos protagonistas, também emana do argumento! A governação hoje em dia tornou-se um fim em si mesmo, ou seja uma pessoa governa para governar e acima de tudo para poder governar mais. Inaugurações e obras maciças antes das eleições são apenas um pequeno sintoma. Os insultos pessoais, défices escândalo, o culto da personalidade e as promessas estapafurdias resolvem o resto das dúvidas: Os autarcas (ou candidatos) tem uma agenda própria independente do acto de gerir uma autarquia e que consiste muito sucintamente em ganha-la.