apetece dizer

O indice de desenvolvimento humano

O estado social é o pior de todos os sistemas, à excepção de todos os outros.

mais uma vítima da praxe liberal

E agora vou comentar a resposta que me foi concedida ao meu post. Pelos vistos tentaram fazer da minha pessoa um "exemplo" da miopia socialista onde não faltam referências a "Tianamen", "Coreia do Norte" e até deserções de atletas cubanos. Tudo isto para defender o desmantelamento da protecção social "a bem" dos velhinhos e da facundidade. Pensava eu que tinha a honra de figurar no blogue do atlantico por validade de algum ponto de vista, ou mesmo até(esperançava eu) por ter causado alguma icterícia a algum dos seus colaboradores, mas não, fui usado como mau exemplo, generalizando o meu ponto de vista e desmembrando o meu reciocínio. Não é bonito.
Por acaso estava ali HM , mas se fosse PCP, a resposta penso eu tinha sido a mesma. Há ali um clique qualquer, que quando despoletado descarrega uma resposta formatada, seja qual for o interveniente ou argumentação, e onde não faltam alguns exemplos criminosos de países comunistas só para assentar quem tem razão. Neste ponto fazem-me lembrar o pequeno squealer quando assustava os outros animais da quinta com referências ao tenebroso fazendeiro humano, para justificar mais alguma proposta "progressiva" dos porcos.

estigmatismo de direita

Hoje acusaram-me de ser "de esquerda" (ainda por cima miope)pela primeira vez. É natural até porque já chamei liberais a umas quantas pessoas, mas vital para mim pois acredito que a imagem que os outros têm de nós também nos define. Nunca me tinha pensado desta forma tão concisa, embora já tivesse reparado que a minha opinião coincide em vários pontos com a dita esquerda. A parte que me ofendeu foi terem associado a minha opinião (pessoal) a alguns países ditos comunistas de forma a menosprezar um ponto de vista. A minha ideologia caros Srs, vem dos meus pais e avós, que me ensinaram o valor da solidariedade e do humanismo, da minha formação académica, que me mostrou de que forma os interesses humanos podem ser dúbios e desonestos, e da minha maneira de ser que se recusa a abandonar o sonho e a utopia, mas uma que caibam todos. Se é de esquerda, então como diz o outro já sei por onde não ir.

confundir a arvore com a floresta

"ao contrário do que nos é habitualmente apresentado pelas retóricas socialistas, o Estado Social fomenta o egoísmo, uma solidariedade sem mérito moral. Hayek questionava-se com frequência sobre o mérito moral das decisões tomadas por terceiros" no atlantico.

..tudo isto para defender o modelo neo-liberal. Ou seja o que este senhor defende é que para melhorar as faltas de condições dos desfavorecidos, deveriam-se retirar-lhes todos os apoios. O liberalismo actual mais parece aquelas banhas de cobra milagrosas que dão tanto para a calvice como para tirar verniz, "dá para tudo", está, tudo parece, a entrar na sua fase populista.
Mas este é um falso argumento, um sofisma usado para manipular a o raciocínio. A questão é que se tomem as decisões com vista a melhorar a qualidade de vida dos individuos. É inquestionável que os direitos sociais foram conquistas para a protecção e beneficio do cidadão comum. Se tem efeitos perversos ou não é outra questão sobre a qual não me vou debruçar. Também se apaga fogo com fogo, e um incendiário que quisesse magnificar um incêndio poderia apaga-lo desta forma. Os ataques ao estado social não tem como motivação a melhoria das condições de vida da generalidade da população, e olvidam qualquer conceito de solidariedade social. São socialmente irresponsáveis e fomentam o egoísmo e a competição.
Mas afinal, que melhor balsamo para os ouvidos do que ouvir este tipo de canto de sereia. A intenção é clara, conquistar pela sedução uma franja da população que normalmente está distante destes arremetos liberais que apenas previligiam os mais favorecidos. Este argumento é demagogia pois tenta legitimar uma intenção principal contrária à protecção dos desfavorecidos com um hipotetico efeito secundário apetecível.

Unicamente por causa da desordem crescente

Unicamente por causa da desordem crescente
Nas nossas cidades com as suas lutas de classes
Alguns de nós nestes anos decidimos
Não mais falar dos grandes portos, da neve nos telhados, das mulheres,
Do perfume das maçãs maduras na despensa, das impressões da carne,
De tudo o que faz o homem redondo e humano, mas
Falar só da desordem
E portanto, ser parciais, secos, enfronhados nos negócios
Da política, e no árido e «indigno» vocabulário
Da economia dialética,
Para que esta terrível pesada promiscuidade
Das quedas da neve (elas não são só frias, nós bem o sabemos),
Da exploração, da tentação da carne e da justiça de classes,
Não nos leve à aceitação deste mundo tão diverso
Nem ao prazer das contradições de uma vida tão sangrenta.

Vocês entendem.

_Bertold Brecht (trad. Arnaldo Saraiva)

o desemprego

Acabar com o ordenado mínimo é a ultima proposta da direita portuguesa na blogosfera, que como se sabe é o sítio onde se revelam os pensamentos que o pudor não permite em público. A boa intenção dizem, (e ássim popula o cínismo - é preciso sempre ter uma legitimação de boa indole para as propostas mais vorazes) é acabar com o desemprego, pois de acordo com a lógica liberal, quanto mais barata a mão de obra mais barato o produto final, mais produção e consequente exportação para os países mais "ricos" suponho já que com a diminuição do poder de compra nunca vem o aumento do consumo. Uma espécie de capitalismo chinês portanto, de trabalho intensivo, e de acordo como rol de propostas anteriores, com maior número de horas laborais, sem direito a greve ou contestação, protecção social ou outros direitos, é este o nosso patronato nos seus sonhos mais loucos. Se esta perspectiva de país miserável põe os empresários liberais com os olhos em bico, a mim deixa-me no mínimo desiludido com a matéria humana nacional. A propria perspectiva de baixar um salário mínimo que mal dá para sobreviver (deviam experimenta-lo antes de falar) e transformar o trabalho menos qualificado numa espécie de emprego voluntário e jogeteado aos interesses de uns quantos enriquecerem (como se vê bem no "desregulado" trabalho ilegal dos imigrantes) é revoltante e mexe comigo abaixo da epidérme.

palavras dos outros

Estava a guardar esta para um momento especial, mas este era o post que gostava de ter escrito.

Mais muros de Berlim

"As confederações patronais pretendem que venha a ser possível o despedimento por motivos políticos ou ideológicos, defendendo por isso o fim do artigo da Constituição que impede esta possibilidade. Em conunicado, estas confederações defendem ainda a limitação da greve aos interesses colectivos profissionais"

Depois da queda do comunismo, não há quem queira derrubar o capitalismo, mais um esquema de pensamento "para o interesse colectivo"?

Escolhas

Lembro-me de uma frase que seguia mais ou menos assim, escolhe o lado e escolherás a guerra. Mas mais do que nunca acho que escolhendo um lado, escolhemos quem somos, Nos formamos como pessoas.

climatologia partidária

Parece que hoje em dia há condições sine qua non para se ser um genuíno partidário,só isto deve explicar que as pessoas caiam tanto no patético a bem da discussão. Isso ou a vontade de entrar para um dos "clubes" mesmo que para isso tenham de deixar o espírito crítico á porta. Para se ser da direita liberal é necessário acreditar que o clima não está a aquecer nem o ser humano tem qualquer intervenção no clima pese a deflorestação maçiça do planeta, as biliões de toneladas de tóxicos lançados para atmosfera e oceanos e o bodycount da biodiversidade que é subtraída a um ritmo de 150 espécies por dia(!). Já a esquerda acredita piamente que toda e qualquer transformação do nosso clima é da responsabilidade humana e que o clima no seu estado intocado seria qualquer de estático e previsível ao dia como nos contos da heidi, daí o apoctalípticismo. No entanto não é difícil simpatizar mais com a causa ambiental, tenha ela ou não razão quando vemos o nível de poluição a que se chegou nas cidades, o esgoto que se transformaram os rios, e o aumento exponencial de doenças "ambientais" como o cancro. E especialmente quando se chega á conclusão que a defesa da direita se centra em causas económicas e de margens de lucro para as empresas, como aconteceu com as nações que chumbaram quioto. Eu sinceramente não vejo o futuro pejado de chaminés fumegantes e rios de tons avermelhado, por isso para que procrastinar?(a propósito do aquecimento global, acabei de ler que os habitantes do alaska estão preocupados com o afundamento dos solos, causado pelo do degelo do permafrost - solo gelado.)

Berardo e os portugueses

O happening dos ultimos tempos em Portugal foi à medida do nosso país e infelizmente das pessoas que nos governam: as jogadas mediáticas de Berardo, desde a opa ao benfica á anexação do ccb. As vozes que se levantaram foram ou silenciadas (mega) ou desvalorizadas pelo argumento das origens humildes (como garante de pureza ao mais puro estílo rousseuiano) à inveja dos "intelectuais". Uma lenga lenga no entanto irritou-me sobremaneira que é que a contestação ao modo de actuação de berardo e no fundo ao seu ser(modus), seria mais uma manifestação do sistema do "respeitinho" português, ou seja objecções com hálito a caruncho e aureolas antiquadas. Para estes "modernaços" no entanto não lhes ocorre que o que lhes mudou foi apenas o alcance do respeitinho. Hoje é pelo dinheiro, quanto mais, mais respeito.